A definição de Esôfago de Barrett passou por anos de controvérsia, sendo atualmente definido como: “alteração no epitélio do esôfago de qualquer extensão reconhecível à endoscopia, cuja biópsia apresenta metaplasia intestinal”.
Sua incidência estimada é de 8 a 20% dos pacientes com DRGE, a despeito de alguns pesquisadores suspeitarem de uma grande incidência em indivíduos assintomáticos. Sua importância decorre da possibilidade de progressão para o adenocarcinoma de esôfago, que é, atualmente, o câncer de maior incidência crescente. Estima-se que os portadores de esôfago de Barrett têm risco de desenvolvimento de câncer do esôfago 30 a 40 vezes maior que a população.
A doença necessita de tratamento agressivo, pois denota DRGE grave. Deve-se obter controle efetivo do refluxo, seja com altas doses de medicações ou cirurgia. A cirurgia parece proporcionar melhor controle do refluxo, além de prevenir também o refluxo de sais biliares, que aparentam estar envolvidos na gênese e progressão da displasia do esôfago de Barrett, sendo, portanto, nossa opção de tratamento. Diversos tipos de tratamento endoscópicos que visam remover o epitélio metaplásico do esôfago distal estão sendo desenvolvidos, alguns com resultados promissores, porém, todos em nível ainda experimental.